sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cultivar valores

Olha eu aqui de novo.
Aqueles que acompanham meus escritos neste espaço democràatico de partilha ja devem ter percebido que muito daquilo que escrevo faz parte de minha trajetoria de vida. Sou imensamente grato àqueles que de uma forma inesperada chegam até mim e, sem querer, acabam por trazer-me de presente memorias felizes de dias vividos.
Isso aconteceu hà alguns dias atràs quando um ex-aluno, num conversa cotidiana, recordou de uma liçao que havia aprendido comigo, enquanto ministrava aulas em sua turma. Para minha surpresa ele falou com saudosismo de um texto que eu havia levado à sala com a intenção de trabalhar valores humanos, creio que como parte de um projeto que estava sendo desenvolvido na escola em que eu trabalhava na época.
Como que encantamento, percebi na fala dele e nos olhos do mesmo uma alegria em recordar daquele texto. Quase sempre eu gostava de levar os alunos a refletir sobre algo, sobre a vida e suas lições. Nesse dia, o texto escolhido està transcrito abaixo. Assim como consegui deixar uma semente boa no coraçao e na mente do meu aluno, espero deixar outras sementes de prosperidade, amor, fé, otimismo, naqueles que venham a ler este conto. Infelizmente nao sei a autoria, mas sei que é de uma mente iluminada, evoluida.
A você, Renato, meu ex-aluno, muito obrigado por trazer essa boa recordação.

A Flor da Honestidade
 
Conta-se que por volta do ano 250 A.C., na China antiga, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado imperador mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta. No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria
um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao chegar em casa e relatar o fato a jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir a celebração, e indagou incrédula:

-  Minha filha, o que você fará lá ? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte.
Tire esta ideia insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.

E a filha respondeu:
- Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida,
mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz.

À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de facto, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio:
- Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo. O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado.

Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a sua mãe que, independente das circunstâncias retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe. Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores.
Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena. Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reacções. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade. Pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
(Autor desconhecido)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Caderno, caderno meu...

Escrever. Muitos já sabem desta minha paixão. Quando me sinto disposto a exercer essa atividade, quase sempre não me dou conta do que escrevo realmente. Claro que essa forma descompromissada de registrar impressões se dá nos textos onde não ha a obrigatoriedade de cumprir uma atividade como por exemplo quando é preciso resenhar uma obra ou fichar um documento.
Como jà comentei em outras oportunidades, me sinto tomado por uma vontade imensa de deixar no papel alguma coisa daquilo que sinto naquele instante. E é ai onde entra o caderno, suas muitas folhas e linhas. O desejo de escrever é tao urgente que em alguns escritos, as palavras estão quase ilegíveis, sendo possível a compreensão das idéias pelo contexto das frases. Dessa forma é comum eu mesmo me deparar com textos que escrevi e depois ficaram esquecidos nas páginas dos cadernos.
Hoje tive uma agradável surpresa ao folhear um antigo caderno e encontrar nele um manuscrito que, ao realizar essa tarefa, senti prazer, satisfação, contentamento. Trata-se de uma tarefa de uma professora de Música, sobre os sons, a musicalidade ao nosso redor. A consigna era a de apresentarmos aos demais colegas onde está a música em nosso dia a dia, onde se esconde a musicalidade que quase sempre não escutamos ou não percebemos.
Atendendo a solicitaçao da professora, resolvi criar uma história que contasse o cotidiano de um personagem. A graça estava em escutar o som das açoes que se desenrolavam no texto.

Transcrevo o texto com as rubricas para melhor entendimento. Se alguém se interessar em realizar uma tarefa de percepçao sonora, pode fazer a leitura deste texto solicitando aos ouvintes que estejam de olhos fechados e imaginem os sons das açoes, objetos, etc., ou fazer gravações de áudio dos sons e executá-los ao longo da leitura. Espero que descubram tantos sons quanto Augusto.

A DESCOBERTA

Augusto é uma dessas pessoas comuns que vivem ocupadas com tudo, o tempo todo. Desde sua infância decidiu que faria de tudo para se tornar um bom profissional, embora ainda não soubesse em que aréa atuaria.
Fora sempre um excelente aluno; nunca repetiu de ano. Seus pais não tinham do que reclamar. Começou a trabalhar cedo, não por imposição mas porque queria ter seu próprio dinheiro para fazer o que quisesse. Com desesseis anos já trabalhava num escritório imobiliário desempenhando pequenas atividades: digitava,  arquivava pastas de clientes, atendia telefonemas. Gostava do que fazia, mas sua rotina era sem graça e monótona.
Acorda às 06:00h da manhã (som de despertador), (som de bocejo). Levanta-se de um pulo e vai ao banheiro. Escova os dentes (som de escovação), toma um banho rápido (som do chuveiro). Veste numa rapidez de lince. Vai à cozinha e toma seu cafe em grandes goles com finas fatias de pão. Em minutos o que sua mãe escuta é o barulho do bater da porta da frente (som de porta batendo). Augusto já está longe dali. Em poucos minutos já esta no escritório que fica a poucas quadras de sua casa. O ir e vir dos carros era constante (som de carros, buzinas, trânsito).  Suas atividade no trabalho consumiam todo seu tempo. Nunca havia tempo para perceber muitas coisas ao seu redor. Relaxar, escutar uma boa música, nem mesmo em casa conseguia. A única música que chegava aos seus ouvidos era composta pelo som do teclado do computador (som de digitaçao), da impressora e seu reco-reco enquanto imprimia os contratos (som de impressao), das gavetas do arquivo abrindo e fechando (som), do telefone que não parava de tocar... (som de chamada de telefone).
Certo dia acordou muito cedo; ainda era madrugada. Resolveu não ir ao trtabalho; estava cansado. Sentia seu corpo doer. Ficou até mais tarde sob os lençóis, sem conseguir dormir. Tudo estava em silêncio. Foi quando no silêncio do seu quarto ouviu ruídos diferentes daqueles de sua rotina. (som do mar) Acretitava estar ouvindo o mar.
         -- Seria possível ouvir o barulho das ondas mesmo distante cinco quadras de sua casa? Pensou Augusto.
Sim, era isso mesmo o que ele estava escutando. Fechou os olhos para se concentrar um pouco mais e descobrir o que podia ouvir. Ouviu o vento assobiando ao entrar pela brecha da janela do seu quarto (som do vento assobiando); pássaros cantando despertados pela luz do novo dia (som de pássaros cantando). Sentiu-se feliz. Se pudesse olhar num espelho naquele momento veria um largo sorriso em seus lábios. Estava fascinado com os sons que agora percebia:
          -- Estes sons sempre estiveram aqui fazendo parte do meu dia a dia. Como não pude percebê-los? Será que isto acontece somente comigo?
Pensou mais um pouco e chegou à conclusão que não. Concentrou-se mais um pouco. Fechou novamente os olhos e escutou um barulho bem diferente (bater do coração). Abriu os olhos, sorriu. Pela primeira vez estava ouvindo as batidas de seu coração.
Daquela manhã em diante sua rotina mudaria.
Alguém duvida?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A Magia e a beleza dos Kusudamas

Olha eu aqui mais uma vez, ajudando a divulgar o Origami. Como havia prometido, esta postagem vem trazer ao conhecimento de todos um pouco sobre os kusudamas, essas incriveis estruturas de papel que encantam pela sua beleza e graciosidade. Existem muitos tipos de kusudamas, pois os modulos variam muito de forma e de acordo com a forma do modulo temos um kusudama diferente. As fotos ilustrativas deste post são de kusudamas feitos por mim. Todos eles sao compostos de 30 modulos, que quando encaixados um no outro dão esse formato de bola. Basicamente e numa linguagem clara, os kusudamas consistem da construção de formas geométricas a partir de diversar unidades dobradas. A junção das unidades é conseguida dobrando-se cada uma e inserindo-se a aba de uma na bolsa da proxima.
Fiz uma pequena pesquisa na internet e obtive algumas informaçoes que complementarão o entendimento sobre essa maravilhosa arte de dobrar papéis.
KUSUDAMA: Do japonês Kusu (remédio) e Dama (bola), é um origami modular, antigamente usado no Japão para remédios ou ervas aromáticos que era postos dentro do Kusudama.
Além de elementos decorativos, os kusudama também são associados, no arquipélago, a eventos comemorativos, como o internacionalmente conhecido Tanabata Matsuri (Festival das Estrelas) – celebrado anualmente no mês de julho (no Brasil, comemora-se o festival no bairro da Liberdade) – além de inaugurações, formaturas, casamentos, etc.
Os kusudama de Tanabata também podem ser chamados de fukinagashi (flâmulas), preservando o formato similar dos originais chineses, enfeitados com flores e com tiras de papel (tanzaku) penduradas. A criação dos famosos kusudama do Tanabata Matsuri de Sendai, província de Miyagi (que também podem ser apreciados no Festival das Estrelas da Liberdade), é atribuída ao comerciante da cidade de Ichibanchô, Kengoro Mori, que, em 1946, se inspirou na beleza das dálias de seu jardim para confeccionar, em papel, enfeites tão vistosos, que acabaram sendo adotados para o Tanabata de sua região.
Quando utilizados para eventos comemorativos, os kusudama ganham o nome de waridama (wari = waru = partir, cortar), pois são “partidos” ao meio, como uma espécie de balão surpresa, soltando tiras e confetes coloridos de papel e, no meio do balão partido, vê-se a mensagem relacionada ao festejo dependurada. Dependendo da comemoração, o kusudama pode ganhar formatos variados, abrindo-se em forma de sino ou coração, para casamentos, ou quaisquer outras formas que lembrem os homenageados.

O Cordão
O simbolismo do cordão abaixo do kusudama pode ser explicado da seguinte forma: Imagine o kusudama como uma esfera contendo a energia da cura, o cordão serve para dirigir essa energia para a pessoa abaixo ou para o ambiente. Normalmente esse cordão é feito apenas com um pompom que, por seus fios, ajuda a distribuir e espalhar a energia do kusudama.
Kusudamas Atualmente
Atualmente os Kusudamas não possuem mais fins medicinais, alguns dobradores colocam dentro de seus kusudamas cânforas ou essências. Kusudamas podem ser colados, encaixados ou até mesmo costurados.
Fonte: Wikipédia e Origami Brilhante (David Brill)
Espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre o Origami e as inumeras possibilidades de encantamento, necessitando apenas de papel, paciência, perseverança e paz de espirito.
                                                                                                 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Origami - Passo a passo

Olà a todos mais uma vez!!!
Como comentei nas ultimas postagens, tenho descoberto muitas dobraduras interessantes e me apaixonado pelos kusudamas. Ah, talvez ainda não saibam o que são os kusudamas... e é por isso que estou preparando uma postagem sobre os mesmos, numa forma de divulgar, fazer conhecer essas estruturas incriveis, lindas e cheias de encanto. Por enquanto, preparei uma coisinha para aqueles que tiverem acesso a esse blog, com a ajudar do meu sobrinho Emmanuel: um passo a passo em imagens de uma linda flor modular. São dobras simples e de facil compreensão e o resultado é lindo! Para visualizar melhor as imagens, dê um clique na imagem e ela serà ampliada.
Espero que gostem e se conseguirem fazer (tenho certeza que sim) me mandem um recado, ok?!

Aguardem a postagem sobre os kusudamas. Estou preparando com capricho!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

EXERCITANDO A PACIÊNCIA. SEMPRE!


Rosa que se transforma em cubo

Estrela Modular
Nos últimos dias retomei as pesquisas e atividades com o Origami. Por ser um praticante dessa arte milenar, tenho a consciência de que para o aperfeiçoamento e memorização dos projetos, das muitas e muitas dobras, é preciso dedicação, treino e muita paciência. Para se ter uma idéia do treino, algumas figuras e/ou objetos como, por exemplo, os kusudamas, são compostos por 30, 60, até 90 módulos todos iguais. Ou seja, dobrar uma mesma figura esse tantão de vezes ai! Dá pra perceber o trabalho de paciência??? Embora possa parecer chato e enfadonho, existe algo de prazer nisso e depois de tantas dobras o resultado (quando consigo) me enche os olhos e experimento sensações muito boas.

Cubo que se transforma em rosa

Mais uma vez me sinto motivado a buscar novas formas, novas figuras, novas dobras... novos desafios. Desse modo, trago neste espaço meus mais recentes projetos, ainda em fase de treino, memorização e por que não, prazer em dobrar papéis, nessa magia de transformar papel em objetos, animais, figuras. Espero que gostem!!!


Kusudama Star



Até qualquer hora! De novo, de novo, de novo, de novo, de ...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

ALEGRIA, ALEGRIA...

Chega a ser engraçado. Alguns acontecimentos que tiram-me da rotina,  por vezes enfadonha e tediosa, conseguem encher-me de satisfação, alegria e contentamento, muitas vezes sem que eu sequer tenha a pretensão de que estas coisas aconteçam. Externar sentimentos, pensamentos por meio da escrita sempre foi um prazer para mim. Disso muitos até já são sabedores. É como se em poucos instantes eu me entregasse ao sonho, ao devaneio e a emoção me toma e palavras, frases, gestos, me conduzem à produção de textos reveladores de mim e daquilo em que acredito. É como se num transe repentino, rápido, eu pudesse deixar no papel uma marca em forma de palavras que se juntam e formam frases que por sua vez compõem um oceano textual. E quase sempre quando isso acontece, não estou preocupado com o resultado, a quem vai chegar diretamente. Somente depois de escrever é que relendo muitas e muitas vezes, sinto o poder das palavras, o mexer delas com a quietude do meu ser. As palavras me fascinam, me levam a interpretá-las, a senti-las pra que outros tenham a possibilidade de senti-las também.
Neste breve relato, onde mais uma vez exponho parte mim, como já comentado ao criar este espaço de partilha, trago aos leitores de meus textos um punhado de palavras organizadas em “frases-sentimento” que tiveram seu poder reconhecido pelos nobres acadêmicos das letras do nosso estado Ceará.
Sem a pretensão de ter reconhecimento como escritor nem tão pouco poeta, tive ao meu alcance a oportunidade de participar como inscrito no 1º Concurso Literário Pague Menos – Poesia, com o tema A Força do Abraço, tendo a grande alegria de ter minha poesia escolhida com menção honrosa entre mais de 3 mil inscritos, para fazer parte de uma coletânea com as 100 melhores poesias de todo o Brasil. E como a minha intenção com este recurso tecnológico é partilhar um pouco de mim, do que faço e do que sou, divido com todos aqueles que tiverem acesso a esse blog a minha produção, a poesia que deu-me o mérito de ter meu nome publicado numa obra literária.
BASTARIA APENAS UM
Sempre que minh’alma reclama por carinho,
tu vens á minha mente.
Meus sentidos são despertados e por instantes te sinto:
um olor me embriaga,
um toque de brisa imitando seda me arrepia,
o silêncio me faz ouvir tua voz.
Sinto o gosto salgado do teu suor em minha boca.
Procuro-te ao longe, mas minha visão não é
confortada pela tua imagem.
Então paro, fecho os olhos e desejo:
Dentre tantas coisas que anseio agora,
linhas de palavras seriam insuficientes
para preencher o vazio no meu peito;
Bastaria apenas um abraço seu para
Eu alcançar a paz que preciso nesse instante.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Um ponto ou um conto?

Vou fazer uma pergunta. 
Quem acertar ganha um ponto.
Um ponto ou um conto?
Um conto de réis ou um conto de histórias?
Acho melhor um conto de historias,
daquelas que meu avô contava, 
cheias de fantasia e encantamento.
Histórias de assustar, histórias de rir,
histórias pra sempre lembrar, 
histórias pra nunca esquecer.
Desculpe, farei agora a pergunta.
Quem acertar ganha um ponto.
Um ponto ou dois pontos?
Acho melhor dois pontos,
daqueles que se ligam,
se unem pra formar um.
Dois pontos que se ligam e formam ponte,
pra gente passar pra lá e pra cá,
de um ponto pra outro.
Agora é pra valer. A pergunta é...
Já sabem, quem acertar ganha um ponto.
Um ponto, dois pontos ou um conto?
Xiiiiiii! Acho melhor um conto.
Nele posso sonhar, me assustar, me alegrar,
como meu avô fazia com a gente e
com um conto de histórias, não com um conto de réis,
também posso ganhar não só um ponto mas 
muitos pontos, tantos pontos como as estrelas do céu.
No conto posso viajar com a ajuda de dois pontos,
indo de um canto a outro do mundo sem sair do lugar.
Puxa, que genial! Esqueci até da pergunta que eu ia fazer.
Mas isso não importa agora, pois descobri que um conto de histórias
vale muito mais que um conto de réis.

Que bobo, eu!

Acreditei que tinhas mudado!
Por alguns instantes senti-me feliz com tal novidade. Tua voz ao contar-me a boa nova encheu-me de felicidade. Talvez tenha sido a primeira vez que escutei um discurso seu cheio de sentido. Mas que pena. Minha percepção falhou, pois na primeira oportunidade percebi o erro depois do deleite do crédito.
Como pude ser tão ingênuo? Como pude ser tão tolo ao ponto de acreditar que tinhas mudado tua forma de ser, pensar, agir? Poucas foram as vezes que coisas desse tipo mexeram com meu ser ao ponto de tirar meu sossego, mesmo que por breves instantes. Mas conseguiste! Fez-me acreditar que poderíamos estreitar nossos laços, apertá-los... Que bobo, eu!
Depois de tantos anos eu já deveria saber. Esta ultima experiência serviu-me para atestar mais uma vez as múltiplas faces que tens, o jogo de ser feliz em que vives e que buscas personagens para dividir o jogo, o palco contigo.
Creio que jamais frequentarei nem mesmo aos teus ensaios.

Me deixe aqui.

Vai...
Vai embora!
Vai buscar teus ideais,
viver aquilo que acreditas ser bom para ti.
Vai...
Vai embora!
Vai viver tua vida,
as muitas vidas que tens pra viver.
Vai brincar de ser feliz!
Vai iludir, se iludir, ser iludido.
Vai...
Vai embora!
Vai vestir tuas máscaras,
suas múltiplas máscaras.
Vai estampar o sorriso falso,
vai fingir,
vai se perder sem nem mesmo ter se achado.
Vai...
Vai embora!
Me deixe aqui,
sem entender muito nem de mim, nem de você!
Vai e me deixa livre das amarras físicas.
Quisera eu poder me livrar das amarras invisíveis,
da teia de sentimentos em que, por vezes,
me encontro preso como agora.
Vai...
A porta vai permanecer aberta.
Se um dia quiseres voltar, não sei se a encontrará assim.
Se estiver fechada,
antes de entrar repentinamente com a ideia de me iludir mais uma vez,
bata na porta.
Se eu não atender,
Saiba que quem se foi fui eu!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Vasto Mundo (um novo olhar)

Quanto tempo faz que nao me dedico a escrever, a deixar registrado aqui as minhas impressoes, meus desejos, sucessos e fracassos nesse espaço que criei para tanto. Felizmente, hoje encontro-me disposto a compartilhar algo de bom com todos aqueles que se interessam pelas coisas da vida, pela essencia do ser humano.
Recentemente, estive pesquisando sobre varias coisas e uma delas se refere a ampliaçao de repertorios, abrir de olhos, nao apenas olhar, mas, sobretudo, ver. E o quanto é importante que pratiquemos isso, aprender a ver. O olhar além do que é visto nos da a possibilidade se ampliarmos nosso senso estético, nossa idéia de mundo. Junto com essa ideia de ver além està inclusa as possibilidades de experimentação. Experimentar é sinônimo de aprendizagem. Quanto mais experiencias boas tivermos e proporcionarmos aos demais, melhores seremos e faremos os outros melhores também.
Sobre isto, recordando antigas lições aprendidas com a vida, nos encontros que o viver nos presenteia, busquei um conto que uma professora minha leu e me ajudou a ver muitas coisas por um outro ângulo. Esse conto me ajudou a refinar meus sentidos, contribuindo para uma melhoria intima. Compartilho com todos este conto na intenção de que ele também possa ajudar numa transformaçao e refinamento de sentimentos.

VASTO MUNDO
(Maria Valeria Resende)
Num humilde povoado da Paraíba,chamado de Farinhada, o padrinho veio buscar sua afilhada Leninha e levou-a para o Rio De Janeiro, para morar com ele.Ela voltou anos depois já moça, linda, com vestidos lindos e outra educação.Fez o maior sucesso entre as antigas amiga nas festas de São João.
Preá, um rapaz, morador do povoado, apaixonou-se á primeira vista por ela.Preá foi adotado por uma senhora quando tinha entre oito anos á treze anos de idade, vindo de uma comunidade miserável.Teve muita sorte de ser adotado, pois passava fome, sede e não tinha trabalho.Porém pouco tempo depois a velha, que já era meio surda, cega e sem juízo morreu.Preá trabalhava para os outros em troca de comida.Falava pouco, quase não ria.O povo achava que ele não batia bem do juízo.Fazia faxina, consertava casas, encanamentos, tudo sozinho.Aprendera tudo sozinho.De seus familiares, de documentos, de origem, nada se sabia.
Num belo dia, na praça reuniam-se as moças á tomar um sorvete e conversavam animadamente.Preá estava ali perto, observando a moça, mas nada falava nem fazia.Dias ficou assim.Até que um dia, perceberam sua presença e começaram a fazer gozações com ele.Ele nem ligou, apenas observava a moça.Fez-se um coral que gritava:
--Preá está apaixonado!Preá está apaixonado! Leninha olhou e achou graça, fez sinal" Vem cá, meu bem, senta aqui perto de mim".Ele foi, levado pelo vento, pelo olhar,pois só tinha olhos e o coração que batia aceleradamente.Não tinha palavras, não se expressava, apenas ria.Viu a moça, com as mãos macia no joelho dele, rindo para ele e escutou quando ela falou que se ele quisesse ela namoraria ele, mas teria que no domingo subir na ponta da torre da igreja e jogasse um beijo para ela.Balançou a cabeça e concordou.O povoado inteiro ouviu e começaram as apostas, sobe ou não sobe.O interesse foi tanto que o clássico do futebol de domingo, Sort Clube Corinthians e Sociedade Esportiva Palmeiras foi adiado.A dona do boteco começou a fazer coxinhas para vender no domingo, arrumou-se um caminhão para trazer o pessoal do sítio no domingo, o comentário era um só.Preá vai subir na torre da igreja ou não.Preá não viveu quinta, sexta, sábado.Nada viu, nada falou, nada ouviu, nem dormiu, nem acordou.Travou.Voltou ao ar no domingo com o badalar dos sinos, anunciando o acontecimento.Não vê a praça lotada de gente, de gritos, assobios e aplausos.A torcida grita, empurra, os vendedores ambulantes lá estão a botar mais lenha na fogueira dos gritos.Preá nada vê.Sobe para cima, mais para cima, mais e mais.A praça fica tensa, silenciosa, admirada.Seus dedos sangram, o suor escorre-lhe de todo corpo.Ao tocar a cruz agarra-a.A torcida gesticula apreensiva, emudece. Preá respira todo o ar do mundo e olha:lá embaixo o carro preto, a mala, a moça acenando.Só quando o carro que leva a moça desaparece ao longe, numa nuvem de poeira, é que o olhar de preá, liberto encontra o horizonte.Lá de cima passeia, vaga, vê.E Preá descobre que vasto é o mundo.

Em principio, ao lermos o conto, talvez pensemos quanta maldade a "moça da capital" fez a Préa, iludindo-o, enganando-o. Mas se tivermos um olhar mais apurado, veremos que a situaçao proposta pela jovem teve um resultado surpreendente: ajudou ao rapaz a ver algo nunca visto, a ampliar seus horizontes, a experimentar sensações antes nunca sentidas.
Esse é meu convite: que tenhamos nas coisas, nos momentos cotidianos, essas possibilidades de ver além.
Até qualquer hora! 


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Pra sermos felizes precisamos de muito pouco...

(...) é isso mesmo! Pra sermos felizes precisamos de muito pouco. No atropelo do dia a dia não nos damos conta do quanto somos felizes e nem dos muitos momentos que experimentamos a felicidade tão próxima a nos. Ainda bem que há dois dias tive a oportunidade de atestar isso; sentir como simples ações podem nos trazer sensações incríveis de paz, de esperança, de contentamento, de felicidade...
Tive a oportunidade de caminhar descalço sobre a areia da praia, de sentir a água do mar a banhar meus calcanhares. A água fria banhava-me os pés e ao pisar na areia úmida, meus passos ficavam registrados nas pegadas deixadas ao longo da praia. Juro que não olhei pra trás para vê-los, mas sei que estavam lá até que a próxima maré alta viesse e os levasse, permitindo que outro dia eu pudesse deixar novas pegadas, trilhar novos caminhos.
Os raios do sol escaldante das horas que marcam o meio dia chegavam à minha pele como a pedir licença para marcá-la de uma cor castanho-avermelhada, um bronzeado invejado por muitos. Ao mesmo tempo em que o calor do sol abrasava minha pele, a brisa vinda do mar me refrescava por instantes. Diante de mim uma imensidão de água, de várias nuances, indo de um verde claríssimo, translúcido ao azul que imita o céu e mais longe ainda a um cinza que refletia as nuvens espessas e pesadas que passam bem distantes.
Observando a magnitude daquele cenário, senti-me como criança quando procurei enxergar formas nas nuvens que se avolumavam à minha frente. Grandes flocos de algodão branquíssimos, outros azulados, alguns em tons de cinza... Com o uso da imaginação fértil, resquício de uma infância passada em contato com a natureza, vi bichos, seres fantásticos, lugares, fantasmas, anjos... Interessante era saber que dali a alguns minutos nada mais estaria ali; outras formas tomariam seu lugar.
Foi nesse ambiente de paz, sossego, tranquilidade, que pude perceber o quanto somos felizes sem nos darmos conta. A minha frente o mar imenso, do lado oposto dunas e falésias multicoloridas e a meus lados direito e esquerdo extensas faixas de areia que se prolongavam por distancias que a vista não podia alcançar. Ali, experimentei mais uma vez a felicidade. Pude sonhar, planejar, viajar...
E com os olhos cerrados, num tom de voz sussurrado, fiz uma oração.
Ao final do pequeno texto recitado de mim para mim, abri os olhos, olhei ao meu redor e disse: obrigado por este momento de felicidade!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Arrependimento

Tu não serias capaz de imaginar
o quanto o arrependimento tem me visitado
deixando-me triste e acabrunhado
sem razão de viver ou de amar.

Quero chorar, gritar, talvez morrer.
Lembrar de tudo o que aconteceu...
Lembrar de tudo o que era meu...
E agora nada posso fazer!

é tarde, muito tarde,
pra gritar e dizer a verdade:
vem e fica comigo!

Nada resta-me a fazer;
apenas seguir o curso do tempo a correr.
Ser apenas um antigo amigo.


Revirando antigos escritos deparei-me com este e
ao ler senti o mesmo arrependimento descrito no texto,
numa mescla de saudade e nostalgia.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A Historia de Sadako Sasaki e o Tsuru


Monumento da Paz das Crianças
Ultimamente tenho andado ocupado planejando e pesquisando sobre a arte do Origami. Mesmo ja tendo conhecimento dessa historia, tao amplamente divulgada por pessoas do mundo inteiro com a ajuda dos recursos da rede, resolvi postar tambem esse brilhante exemplo de que mesmo nao se alcançando a vitoria da forma como queremos, precisamos reconhecer que o mais importante é lutar e acreditar. Se assim fizermos, lutarmos e acreditarmos, talvez nao sejamos premiados como os vencedores, mas certamente receberemos nossa recompensa por termos tentado. Que a historia de Sadako nos inspire a reconhecer que a paz tao desejada, encontra-se em nos mesmos, precisando apenas ser despertada e espalhada aos nossos irmaos.

Depois da destruição de Hiroshima em 1945, muitas doenças surgiram entre os sobreviventes. Uma das vítimas, Sadako Sassaki, com dois anos no dia da explosão, começou a sentir os efeitos da Bomba Atômica aos 12 anos. Seu diagnóstico: Leucemia.

Quando Sadako estava no hospital, um amigo trouxe-lhe alguns papéis coloridos e dobrou um pássaro (tsuru). Contou-lhe que o pássaro é sagrado no Japão, vive mil anos e tem o poder de conceder desejos. Explicou-lhe que se uma pessoa dobrar mil tsurus e fizer seu pedido a cada um deles, seu pedido será atendido.

Sadako começou então a dobrar tsurus e pedir por sua cura, porém sua enfermidade se agravava a cada dia. Sadako desejou, desse modo, pedir a Paz Mundial.

A esperançosa menina dobrou 964 tsurus até 25/10/1955, quando “fez a passagem”. Seus amigos dobraram os tsurus restantes a tempo para seu enterro. Mas eles queriam mais, desejaram pedir por todas as crianças que estavam morrendo em conseqüência da explosão da Bomba Atômica. Então, formaram um clube e começaram a pedir dinheiro para um monumento.

Estudantes de mais de 3.000 escolas no Japão e de nove outros países contribuíram e, em 5 de maio de 1958, o Monumento da Paz das Crianças foi inaugurado no Parque da Paz, em Hiroshima. Todos os anos, no Dia da Paz (06/08), pessoas do mundo inteiro enviam tsurus de papel para o parque. A mensagem esculpida à base do monumento de Sadako é o desejo das crianças e, acredito, de todos aqueles que a lêem:

"Este é nosso Grito, Esta é nossa oração:
Paz no mundo!!! Sadako, onde você estiver, saiba que sua mensagem está sendo conhecida no mundo todo, e esperamos que também seja cumprida".

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Quanto tempo...

Puxa, quanto tempo faz que não me dedico a fazer o que sempre gostei de fazer: escrever.
Ultimamente estive muito ocupado com coisas do dia a dia; algumas coisas bem produtivas, outras nem tanto. Lembro-me que ao criar este espaço, ressaltei a importancia do mesmo para a partilhar de experiencias e desejos. Confesso que tenho mil planos, mas tambem sou obrigado a reconhecer que preciso de paz interior para tentar concretiza-los.
E por falar em paz, mais uma vez me vem a mente o Origami e sua magia sobre mim. Recentemente senti a chama da criatividade, do imaginario, do prazer de trabalhar com as maos, reacender em mim. Tenho contado com a ajuda de meu pequeno-grande aprendiz Levi, meu sobrinho de 9 anos que se encanta e, como eu, viaja na imaginaçao e se delicia com a fantasia toda vez que lhe apresento uma nova figura em origami. 
Acho que devo a ele, muito mais que a mim, o desejo e a perseverança na arte do origami. Tenho pesquisado muito sobre; tenho descoberto coisas fantasticas sobre essa arte milenar. E sinto-me imensamente feliz, ate mesmo com o proposito de divulgar o origami e sua essencia a outras pessoas, numa tentativa de faze-las conhecer e experimentar os beneficios que a pratica do origami traz.
Tenho certeza que em curto tempo poderei usar desse espaço para tambem divulgar o resultado deste projeto com a arte do origami, um tipo de Clubinho do Origami, onde renunindo jovens afins com a ideia, possamos praticar o origami e trocar experiencias, fazendo do encontro de "dobrar papéis" algo significativo para nossas vidas.
Assim, até breve!