sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cultivar valores

Olha eu aqui de novo.
Aqueles que acompanham meus escritos neste espaço democràatico de partilha ja devem ter percebido que muito daquilo que escrevo faz parte de minha trajetoria de vida. Sou imensamente grato àqueles que de uma forma inesperada chegam até mim e, sem querer, acabam por trazer-me de presente memorias felizes de dias vividos.
Isso aconteceu hà alguns dias atràs quando um ex-aluno, num conversa cotidiana, recordou de uma liçao que havia aprendido comigo, enquanto ministrava aulas em sua turma. Para minha surpresa ele falou com saudosismo de um texto que eu havia levado à sala com a intenção de trabalhar valores humanos, creio que como parte de um projeto que estava sendo desenvolvido na escola em que eu trabalhava na época.
Como que encantamento, percebi na fala dele e nos olhos do mesmo uma alegria em recordar daquele texto. Quase sempre eu gostava de levar os alunos a refletir sobre algo, sobre a vida e suas lições. Nesse dia, o texto escolhido està transcrito abaixo. Assim como consegui deixar uma semente boa no coraçao e na mente do meu aluno, espero deixar outras sementes de prosperidade, amor, fé, otimismo, naqueles que venham a ler este conto. Infelizmente nao sei a autoria, mas sei que é de uma mente iluminada, evoluida.
A você, Renato, meu ex-aluno, muito obrigado por trazer essa boa recordação.

A Flor da Honestidade
 
Conta-se que por volta do ano 250 A.C., na China antiga, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado imperador mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de sua proposta. No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria
um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao chegar em casa e relatar o fato a jovem, espantou-se ao saber que ela pretendia ir a celebração, e indagou incrédula:

-  Minha filha, o que você fará lá ? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte.
Tire esta ideia insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne o sofrimento uma loucura.

E a filha respondeu:
- Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida,
mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz.

À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de facto, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções. Então, finalmente, o príncipe anunciou o desafio:
- Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo. O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido. Dia após dia. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado.

Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a sua mãe que, independente das circunstâncias retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe. Na hora marcada estava lá, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores.
Ela estava admirada, nunca havia presenciado tão bela cena. Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reacções. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então, calmamente o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade. Pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
(Autor desconhecido)

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