Vou fazer uma pergunta.
Quem acertar ganha um ponto.
Um ponto ou um conto?
Um conto de réis ou um conto de histórias?
Acho melhor um conto de historias,
daquelas que meu avô contava,
cheias de fantasia e encantamento.
Histórias de assustar, histórias de rir,
histórias pra sempre lembrar,
histórias pra nunca esquecer.
Desculpe, farei agora a pergunta.
Quem acertar ganha um ponto.
Um ponto ou dois pontos?
Acho melhor dois pontos,
daqueles que se ligam,
se unem pra formar um.
Dois pontos que se ligam e formam ponte,
pra gente passar pra lá e pra cá,
de um ponto pra outro.
Agora é pra valer. A pergunta é...
Já sabem, quem acertar ganha um ponto.
Um ponto, dois pontos ou um conto?
Xiiiiiii! Acho melhor um conto.
Nele posso sonhar, me assustar, me alegrar,
como meu avô fazia com a gente e
com um conto de histórias, não com um conto de réis,
também posso ganhar não só um ponto mas
muitos pontos, tantos pontos como as estrelas do céu.
No conto posso viajar com a ajuda de dois pontos,
indo de um canto a outro do mundo sem sair do lugar.
Puxa, que genial! Esqueci até da pergunta que eu ia fazer.
Mas isso não importa agora, pois descobri que um conto de histórias
vale muito mais que um conto de réis.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Que bobo, eu!
Acreditei que tinhas mudado!
Por alguns instantes senti-me feliz com tal novidade. Tua voz ao contar-me a boa nova encheu-me de felicidade. Talvez tenha sido a primeira vez que escutei um discurso seu cheio de sentido. Mas que pena. Minha percepção falhou, pois na primeira oportunidade percebi o erro depois do deleite do crédito.
Como pude ser tão ingênuo? Como pude ser tão tolo ao ponto de acreditar que tinhas mudado tua forma de ser, pensar, agir? Poucas foram as vezes que coisas desse tipo mexeram com meu ser ao ponto de tirar meu sossego, mesmo que por breves instantes. Mas conseguiste! Fez-me acreditar que poderíamos estreitar nossos laços, apertá-los... Que bobo, eu!
Depois de tantos anos eu já deveria saber. Esta ultima experiência serviu-me para atestar mais uma vez as múltiplas faces que tens, o jogo de ser feliz em que vives e que buscas personagens para dividir o jogo, o palco contigo.
Creio que jamais frequentarei nem mesmo aos teus ensaios.
Por alguns instantes senti-me feliz com tal novidade. Tua voz ao contar-me a boa nova encheu-me de felicidade. Talvez tenha sido a primeira vez que escutei um discurso seu cheio de sentido. Mas que pena. Minha percepção falhou, pois na primeira oportunidade percebi o erro depois do deleite do crédito.
Como pude ser tão ingênuo? Como pude ser tão tolo ao ponto de acreditar que tinhas mudado tua forma de ser, pensar, agir? Poucas foram as vezes que coisas desse tipo mexeram com meu ser ao ponto de tirar meu sossego, mesmo que por breves instantes. Mas conseguiste! Fez-me acreditar que poderíamos estreitar nossos laços, apertá-los... Que bobo, eu!
Depois de tantos anos eu já deveria saber. Esta ultima experiência serviu-me para atestar mais uma vez as múltiplas faces que tens, o jogo de ser feliz em que vives e que buscas personagens para dividir o jogo, o palco contigo.
Creio que jamais frequentarei nem mesmo aos teus ensaios.
Me deixe aqui.
Vai...
Vai embora!
Vai buscar teus ideais,
viver aquilo que acreditas ser bom para ti.
Vai...
Vai embora!
Vai viver tua vida,
as muitas vidas que tens pra viver.
Vai brincar de ser feliz!
Vai iludir, se iludir, ser iludido.
Vai...
Vai embora!
Vai vestir tuas máscaras,
suas múltiplas máscaras.
Vai estampar o sorriso falso,
vai fingir,
vai se perder sem nem mesmo ter se achado.
Vai...
Vai embora!
Me deixe aqui,
sem entender muito nem de mim, nem de você!
Vai e me deixa livre das amarras físicas.
Quisera eu poder me livrar das amarras invisíveis,
da teia de sentimentos em que, por vezes,
me encontro preso como agora.
Vai...
A porta vai permanecer aberta.
Se um dia quiseres voltar, não sei se a encontrará assim.
Se estiver fechada,
antes de entrar repentinamente com a ideia de me iludir mais uma vez,
bata na porta.
Se eu não atender,
Saiba que quem se foi fui eu!
Vai embora!
Vai buscar teus ideais,
viver aquilo que acreditas ser bom para ti.
Vai...
Vai embora!
Vai viver tua vida,
as muitas vidas que tens pra viver.
Vai brincar de ser feliz!
Vai iludir, se iludir, ser iludido.
Vai...
Vai embora!
Vai vestir tuas máscaras,
suas múltiplas máscaras.
Vai estampar o sorriso falso,
vai fingir,
vai se perder sem nem mesmo ter se achado.
Vai...
Vai embora!
Me deixe aqui,
sem entender muito nem de mim, nem de você!
Vai e me deixa livre das amarras físicas.
Quisera eu poder me livrar das amarras invisíveis,
da teia de sentimentos em que, por vezes,
me encontro preso como agora.
Vai...
A porta vai permanecer aberta.
Se um dia quiseres voltar, não sei se a encontrará assim.
Se estiver fechada,
antes de entrar repentinamente com a ideia de me iludir mais uma vez,
bata na porta.
Se eu não atender,
Saiba que quem se foi fui eu!
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Vasto Mundo (um novo olhar)
Quanto tempo faz que nao me dedico a escrever, a deixar registrado aqui as minhas impressoes, meus desejos, sucessos e fracassos nesse espaço que criei para tanto. Felizmente, hoje encontro-me disposto a compartilhar algo de bom com todos aqueles que se interessam pelas coisas da vida, pela essencia do ser humano.
Recentemente, estive pesquisando sobre varias coisas e uma delas se refere a ampliaçao de repertorios, abrir de olhos, nao apenas olhar, mas, sobretudo, ver. E o quanto é importante que pratiquemos isso, aprender a ver. O olhar além do que é visto nos da a possibilidade se ampliarmos nosso senso estético, nossa idéia de mundo. Junto com essa ideia de ver além està inclusa as possibilidades de experimentação. Experimentar é sinônimo de aprendizagem. Quanto mais experiencias boas tivermos e proporcionarmos aos demais, melhores seremos e faremos os outros melhores também.
Sobre isto, recordando antigas lições aprendidas com a vida, nos encontros que o viver nos presenteia, busquei um conto que uma professora minha leu e me ajudou a ver muitas coisas por um outro ângulo. Esse conto me ajudou a refinar meus sentidos, contribuindo para uma melhoria intima. Compartilho com todos este conto na intenção de que ele também possa ajudar numa transformaçao e refinamento de sentimentos.
VASTO MUNDO
(Maria Valeria Resende)
Recentemente, estive pesquisando sobre varias coisas e uma delas se refere a ampliaçao de repertorios, abrir de olhos, nao apenas olhar, mas, sobretudo, ver. E o quanto é importante que pratiquemos isso, aprender a ver. O olhar além do que é visto nos da a possibilidade se ampliarmos nosso senso estético, nossa idéia de mundo. Junto com essa ideia de ver além està inclusa as possibilidades de experimentação. Experimentar é sinônimo de aprendizagem. Quanto mais experiencias boas tivermos e proporcionarmos aos demais, melhores seremos e faremos os outros melhores também.
Sobre isto, recordando antigas lições aprendidas com a vida, nos encontros que o viver nos presenteia, busquei um conto que uma professora minha leu e me ajudou a ver muitas coisas por um outro ângulo. Esse conto me ajudou a refinar meus sentidos, contribuindo para uma melhoria intima. Compartilho com todos este conto na intenção de que ele também possa ajudar numa transformaçao e refinamento de sentimentos.
VASTO MUNDO
(Maria Valeria Resende)
Num humilde povoado da Paraíba,chamado de Farinhada, o padrinho veio buscar sua afilhada Leninha e levou-a para o Rio De Janeiro, para morar com ele.Ela voltou anos depois já moça, linda, com vestidos lindos e outra educação.Fez o maior sucesso entre as antigas amiga nas festas de São João.
Preá, um rapaz, morador do povoado, apaixonou-se á primeira vista por ela.Preá foi adotado por uma senhora quando tinha entre oito anos á treze anos de idade, vindo de uma comunidade miserável.Teve muita sorte de ser adotado, pois passava fome, sede e não tinha trabalho.Porém pouco tempo depois a velha, que já era meio surda, cega e sem juízo morreu.Preá trabalhava para os outros em troca de comida.Falava pouco, quase não ria.O povo achava que ele não batia bem do juízo.Fazia faxina, consertava casas, encanamentos, tudo sozinho.Aprendera tudo sozinho.De seus familiares, de documentos, de origem, nada se sabia.
Num belo dia, na praça reuniam-se as moças á tomar um sorvete e conversavam animadamente.Preá estava ali perto, observando a moça, mas nada falava nem fazia.Dias ficou assim.Até que um dia, perceberam sua presença e começaram a fazer gozações com ele.Ele nem ligou, apenas observava a moça.Fez-se um coral que gritava:
--Preá está apaixonado!Preá está apaixonado! Leninha olhou e achou graça, fez sinal" Vem cá, meu bem, senta aqui perto de mim".Ele foi, levado pelo vento, pelo olhar,pois só tinha olhos e o coração que batia aceleradamente.Não tinha palavras, não se expressava, apenas ria.Viu a moça, com as mãos macia no joelho dele, rindo para ele e escutou quando ela falou que se ele quisesse ela namoraria ele, mas teria que no domingo subir na ponta da torre da igreja e jogasse um beijo para ela.Balançou a cabeça e concordou.O povoado inteiro ouviu e começaram as apostas, sobe ou não sobe.O interesse foi tanto que o clássico do futebol de domingo, Sort Clube Corinthians e Sociedade Esportiva Palmeiras foi adiado.A dona do boteco começou a fazer coxinhas para vender no domingo, arrumou-se um caminhão para trazer o pessoal do sítio no domingo, o comentário era um só.Preá vai subir na torre da igreja ou não.Preá não viveu quinta, sexta, sábado.Nada viu, nada falou, nada ouviu, nem dormiu, nem acordou.Travou.Voltou ao ar no domingo com o badalar dos sinos, anunciando o acontecimento.Não vê a praça lotada de gente, de gritos, assobios e aplausos.A torcida grita, empurra, os vendedores ambulantes lá estão a botar mais lenha na fogueira dos gritos.Preá nada vê.Sobe para cima, mais para cima, mais e mais.A praça fica tensa, silenciosa, admirada.Seus dedos sangram, o suor escorre-lhe de todo corpo.Ao tocar a cruz agarra-a.A torcida gesticula apreensiva, emudece. Preá respira todo o ar do mundo e olha:lá embaixo o carro preto, a mala, a moça acenando.Só quando o carro que leva a moça desaparece ao longe, numa nuvem de poeira, é que o olhar de preá, liberto encontra o horizonte.Lá de cima passeia, vaga, vê.E Preá descobre que vasto é o mundo.
Preá, um rapaz, morador do povoado, apaixonou-se á primeira vista por ela.Preá foi adotado por uma senhora quando tinha entre oito anos á treze anos de idade, vindo de uma comunidade miserável.Teve muita sorte de ser adotado, pois passava fome, sede e não tinha trabalho.Porém pouco tempo depois a velha, que já era meio surda, cega e sem juízo morreu.Preá trabalhava para os outros em troca de comida.Falava pouco, quase não ria.O povo achava que ele não batia bem do juízo.Fazia faxina, consertava casas, encanamentos, tudo sozinho.Aprendera tudo sozinho.De seus familiares, de documentos, de origem, nada se sabia.
Num belo dia, na praça reuniam-se as moças á tomar um sorvete e conversavam animadamente.Preá estava ali perto, observando a moça, mas nada falava nem fazia.Dias ficou assim.Até que um dia, perceberam sua presença e começaram a fazer gozações com ele.Ele nem ligou, apenas observava a moça.Fez-se um coral que gritava:
--Preá está apaixonado!Preá está apaixonado! Leninha olhou e achou graça, fez sinal" Vem cá, meu bem, senta aqui perto de mim".Ele foi, levado pelo vento, pelo olhar,pois só tinha olhos e o coração que batia aceleradamente.Não tinha palavras, não se expressava, apenas ria.Viu a moça, com as mãos macia no joelho dele, rindo para ele e escutou quando ela falou que se ele quisesse ela namoraria ele, mas teria que no domingo subir na ponta da torre da igreja e jogasse um beijo para ela.Balançou a cabeça e concordou.O povoado inteiro ouviu e começaram as apostas, sobe ou não sobe.O interesse foi tanto que o clássico do futebol de domingo, Sort Clube Corinthians e Sociedade Esportiva Palmeiras foi adiado.A dona do boteco começou a fazer coxinhas para vender no domingo, arrumou-se um caminhão para trazer o pessoal do sítio no domingo, o comentário era um só.Preá vai subir na torre da igreja ou não.Preá não viveu quinta, sexta, sábado.Nada viu, nada falou, nada ouviu, nem dormiu, nem acordou.Travou.Voltou ao ar no domingo com o badalar dos sinos, anunciando o acontecimento.Não vê a praça lotada de gente, de gritos, assobios e aplausos.A torcida grita, empurra, os vendedores ambulantes lá estão a botar mais lenha na fogueira dos gritos.Preá nada vê.Sobe para cima, mais para cima, mais e mais.A praça fica tensa, silenciosa, admirada.Seus dedos sangram, o suor escorre-lhe de todo corpo.Ao tocar a cruz agarra-a.A torcida gesticula apreensiva, emudece. Preá respira todo o ar do mundo e olha:lá embaixo o carro preto, a mala, a moça acenando.Só quando o carro que leva a moça desaparece ao longe, numa nuvem de poeira, é que o olhar de preá, liberto encontra o horizonte.Lá de cima passeia, vaga, vê.E Preá descobre que vasto é o mundo.
Em principio, ao lermos o conto, talvez pensemos quanta maldade a "moça da capital" fez a Préa, iludindo-o, enganando-o. Mas se tivermos um olhar mais apurado, veremos que a situaçao proposta pela jovem teve um resultado surpreendente: ajudou ao rapaz a ver algo nunca visto, a ampliar seus horizontes, a experimentar sensações antes nunca sentidas.
Esse é meu convite: que tenhamos nas coisas, nos momentos cotidianos, essas possibilidades de ver além.
Até qualquer hora!
Assinar:
Postagens (Atom)